sábado, 25 de julho de 2015

Fúria Marítima






FÚRIA MARÍTIMA


A tripulação estava desesperada. Homens gritavam e se remexiam, juntando cada parte de seus esforços para que a embarcação não afundasse.
A tempestade brandia fervorosamente, raios e relâmpagos eram suas únicas iluminações e grandes fontes de terror também. O céu estava realmente furioso; aparentava haver uma grande briga, na qual faíscas de suas batalhas refletiam para o mundo. As ondas, de tamanhos jamais vistos por qualquer um que ali estava, dava a impressão de que o barco poderia voar mesmo sem asas.
Muitos caiam para fora, num desequilíbrio fatal, sendo engulidos pela água. 
-Icem! Icem as velas! -Alexandre, o capitão, gritava. 
Os homens caiam, escorregavam e certamente já era tarde para fazer movimentos eficientes. 
As gotas grossas da chuva junto às ondas, faziam cada osso e alma, parecerem estar congelados. 
Era o fim. 
A força descomunal de todos os fenômenos era covarde e indiscutível, não havia o que ser feito a respeito.
-Senhor, senhor! A parte inferior do barco está inundada, estamos naufragando! -disse um de seus homens.
E num instante, gritarias ressoaram complementando os sons da natureza. Era o peso da morte recaindo por todos. Desespero tomava conta daquela navegação. Muitos marinheiros, amedrontados, começaram a se jogar ao mar na esperança de uma morte rápida.
Uma quantidade ainda maior de água entrou por toda a estrutura, que afundava cada vez mais rápido. 
Em meio tal desgraça, as lágrimas de Alexandre eram imperceptíveis; seu peito parecia estar sendo esmagado por centenas de bigornas. Presenciara a morte de todos seus amigos, sem ter o que fazer para impedir àquela situação. 
Não teve alternativa e se lançou ao mar também, logo morreria afogado; antes de seu último suspiro, pôde ver um raio atingir a ponta de seu antigo barco, estrondosamente. 
Contudo, uma voz ao longe lhe fez voltar a consciência e fazer com que seus olhos abrissem instantaneamente. 
Avistou, então, uma moça bonita tocar seus braços e lhe fitar esperando uma resposta. 
-Então, Alexandre, você ainda não me disse... Qual é seu maior medo? 
-De mar. -respondeu-lhe, voltando de seus pensamentos. 

Darlen Garcia